domingo, 26 de maio de 2013

Vis183A: Project Revival


Quando as pessoas me perguntavam: Porque você gasta tanto dinheiro no seu carro?

Eu olhava para eles e apenas sorria.

No começo, eu costumava dizer para eles que era para criar uma forma de arte, adicionando seu toque pessoal à máquina que você mesmo criou, fazendo dela uma extensão de você mesmo, e da sua personalidade.

Mas então eu percebi: Existem tantas coisas além disso!

É muito mais do que os carros, dinheiro, coração e alma que despejamos em cima.

É sobre a comunidade, as amizades, a camaradagem.  A família que é criada enquanto dividimos nossos conhecimentos entre nós. Enquanto ajudamos uns aos outros com nossos próprios projetos.

A sociedade pensa que nós somos da forma que a mídia popular gosta de nos retratar. Gostam de pensar que somos apenas um bando de jovens delinquentes e loucos, ou apenas encrenqueiros que gostam de correr nas ruas. Que não somos nada além de uma ameaça à sociedade.

Como em todos os esportes, sempre existirão as maçãs estragadas e aquelas boas.

A verdade é que a maioria de nós, na realidade, somos adultos respeitados, que gostam de dirigir as coisas que nós mesmos criamos.

Dirigir......... é a nossa forma de liberdade. Liberdade para ir aonde quisermos, quando quisermos. Liberdade para estar no controle.

Nós criticamos aqueles que correm nas ruas, e elogiamos aqueles que se mantém na pista.

Mas como todas as coisas boas, vai chegar ao seu fim. Com o que é chamada de "A guerra incansável contra a velocidade", a economia afundando, o meio-ambiente, e novas leis tornando mais difícil a personalização dos carros. A cultura popular automotiva, como conhecemos dentro em breve desaparecerá.

Se nós não nos unirmos e salvarmos as coisas que viemos a amar e apreciar, como os casos Zoot dos anos 40, Las Vegas dos anos 50, e o movimento hippie dos anos 60, a cultura automobilística será apenas mais um capítulo que você lerá num livro de história.









Refletindo sobre a violência e outros temas...


Numa ocasião anterior, sobre a morte de uma outra pessoa em situações que, em minha opinião, a vítima havia "procurado" o problema, fui questionado pelo Henrique sobre discursar sobre a dor alheia, que independente dos motivos, é dor, e não o fiz.

Bom, essa semana, ao ir para o trabalho, estava ouvindo as notícias matinais na CBN, e me deparei com essa, que tratava de um senhor, já de idade avançada, pouco mais de sessenta anos, que havia discutido com seus vizinhos por conta do barulho que esses faziam, e por não conseguir silêncio, acabou por atirar nos dois, e após isso, em si. Resumindo o causo.

Os comentários da CBN eram no sentido de retratar como, atualmente, a violência é banalizada, dizendo que se mata outros por qualquer motivo. Outro tema comentado, foi sobre a questão do porte de armas (o documento), e também sobre a posse delas, tentando passar que se não fosse a arma, o causo seria outro.

Mais tarde, no decorrer do dia, vi algum comentário no Facebook, se não me engano do André (foi do André), também questionando sobre o porque da permissão de porte de armas cedido à uma pessoa com algum tipo de transtorno físico / psicológico / psiquiátrico.

É claro, e sem dúvida nenhuma, concordo que violência não trás benefício nenhum, concordo também que a gentileza e a cortesia devem servir de base para nossas rotinas e interações diárias, e concordo também que qualquer mal acordo é ainda assim melhor que qualquer boa briga. E tanto é que procuro (mas não sou santo) seguir esses lemas e ditados.

Porém, o que gostaria de colocar hoje, é sobre a folga, a permissividade, a falta de respeito e o foda-se instalado na nossa sociedade.

Hoje em dia, todo mundo fala do louco que matou seus dois vizinhos por motivo dito como banal, mas ninguém fala da maldição que é ter vizinhos barulhentos. Ninguém comenta que é um inferno perder os seus finais de semana limpando coco de gatos dos seus vizinhos, ou então, que toda vez que chega em sua casa, depois de um dia longo e cansativo de trabalho, tem que procurar e revirar e descobrir de quem é o carro parado na sua porta.

Muito se fala sobre a falta de tolerância, e pouco se fala sobre a falta de respeito. E em minha opinião, em havendo respeito ao direito do outro, não há que se falar em tolerância, ou nesse caso, a falta dela.

Se todo maldito cidadão entendesse o seu espaço, e entendesse que toda manifestação dele que afeta o outro deve ser evitada, não seria necessário o outro tolerar.

Digo, não é o vizinho que tem que ter tolerância com o latido do seu cachorro, e nem com os seus gritos de Vai Corintia. É você tem que evitar que suas manifestações cheguem até mim. É VOCÊ QUE É O PROBLEMA, e não a pouca tolerância do outro para com animais.

Não é a senhora de meia idade sentada ali na frente que tem que entender que você é um lazarento. Você que tem a obrigação social de usar fones de ouvido.

O problema é você.

O que acontece, ao meu ver, é que há, instalado, um "coitadismo". O menino usa essa desgraça desse celular sem fones de ouvido, por ser pobre, excluído, coitado. Aquele casal faz barulhos a noite porque não conseguem preservar um casamento que começou agora, que pena. A menina nova que tem três filhos de três maridos diferentes grita o dia todo com seus filhos, porque não consegue educá-los e impor seriedade na casa, tadinha. E por aí vai.

Há um "coitadismo" disseminado, onde todo mundo pode fazer o que quiser, independente dos reflexos para os outros, porque, afinal, que opção lhes resta??

E o cidadão médio, normal, quieto, que estuda e trabalha, e que quer apenas chegar na sua casa e ter paz? E a pessoa normal, com sono logo cedo e / ou cansada pela tarde, que apenas quer paz? E a vizinha que trabalha a noite, que durante o dia, apenas quer paz?

Ninguém é obrigado a ter tolerância, não. E parem de disseminar isso. Disseminem o respeito, disseminem o "seu direito termina onde acaba o meu", disseminem a seriedade, e acabem com essa palhaçada de "tadinhos".

Mais uma vez repetindo que nada justifica a violência desse caso, e que sou adepto ao máximo da paz e do bom convívio, gostaria que refletissem sobre os próximos vinte anos que esse edifício terá de sossego.

______________________________________________

Edit:

Após escrever essa reflexão, fiquei sabendo de um motorista, que por não ser mais aceito pela sua esposa, resolveu dirigir seu carro na contra mão da Estrada dos Bandeirantes, batendo de frente com um outro carro, onde morreram oito pessoas da mesma família.

Pensei antes de mais nada: Tadinho...